660 pessoas morreram vítimas de hepatite no Acre em 17 anos, aponta estudo
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Pelo menos 667 pessoas morreram no Acre vítimas de hepatites virais entre os anos 2000 e 2017, segundo dados divulgados, na segunda-feira (22), pelo Ministério da Saúde. Quando a causa da morte foi hepatite associada a outros fatores, o número de mortes sobe para 960, conforme o levantamento.
Entre os anos de 2000 e 2018, o Acre registrou 15.354 casos de hepatites virais, segundo os dados. O maior foi do tipo B, com 8.069, em seguida a do tipo A, com 4.571, a hepatite C, com 1.701 e D com 1.013 casos.
Conforme dados da Divisão de Infecções Sexualmente Transmissíveis (DISTs), mais de 10 mil pacientes fazem tratamento contra algum tipo de hepatite em todo o estado do Acre.
O levantamento mostra que a hepatite C foi a maior responsável do maior número de mortes durante os 17 anos, sendo a causa básica da morte de 293 pessoas e a causa associada em outras 145 mortes, totalizando 438 ocorrências nesse período.
A hepatite B também causou um número elevado de óbitos no período analisado pelo Ministério da Saúde. Segundo os dados, a doença foi a única responsável pela morte de 274 pessoas e, associada a outros fatores, chegou a matar 380 pacientes.
As hepatites virais dos tipos A e D foram as que causaram um número menor de mortes no estado dentro do período. Enquanto a do tipo D foi única responsável por 80 mortes e a causa associada de 119 mortes. A hepatite A foi a única causa de 20 óbitos e a razão associada da morte de três pessoas.
O infectologista Alan Areal explica que os outros fatores associados que causam as mortes são a cirrose hepática e o câncer de fígado que, segundo ele, é uma evolução natural, caso as hepatites não sejam tratadas.
“Por isso a importância do paciente fazer o acompanhamento com especialista, no caso, o infectologista e fazer o uso do tratamento conforme cada hepatite. Sabendo que a hepatite B, C e D são as três principais que acabam acometendo o fígado e levando à cronicidade, ou seja, a evolução para cirrose é inevitável se o paciente não for tratado a tempo, podendo inclusive chegar a desenvolver o câncer de fígado”, afirmou o especialista.
Tipos de hepatites
A hepatite A é transmitida por meio de água e alimentos contaminados por fezes ou pelo contato da mão suja de fezes com a boca.
Já as hepatites B e C são transmitidas por meio do sexo sem proteção e no compartilhamento de seringas, agulhas ou qualquer outro objeto cortante ou perfurante.
A hepatite D também é transmitida pelo sangue e, da mesma maneira que os vírus B e C, exige cuidado com o compartilhamento de objetos, como escovas de dentes, seringas, depiladores e barbeadores portáteis.
No caso das hepatites B e D, a transmissão também pode ocorrer da mãe infectada para o filho durante a gestação, o parto ou a amamentação.
Hepatite
Arte/G1
Prevenção
De acordo com o Governo Federal, a vacina para hepatite A está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), sendo oferecida no calendário nacional de vacinação para crianças a partir de 15 meses a 5 anos de idade incompletos.
A vacina para hepatite B está disponível no SUS para todas as pessoas. Na criança, é dada em quatro doses, sendo a primeira ao nascer. Nos adultos, que não se vacinaram na infância, são três doses.
A hepatite C acomete, principalmente, os adultos acima de 40 anos. O tratamento com os antivirais de ação direta encontra-se disponível no SUS desde 2015 e apresenta taxa de cura superior a 90%.
A hepatite D depende da presença do vírus do tipo B para infectar uma pessoa e, como o vírus precisa do outro tipo para reproduzir, as formas de evitá-la são as mesmas do tipo B, inclusive com a vacinação contra a hepatite B.