É um alerta da Associação Repórteres Sem Fronteiras (RSF), que classifica como um "retrocesso preocupante" a detenção e agressões a jornalistas, durante uma manifestação no sábado (24.10) em Luanda.
Polícia nas ruas de Luanda para conter manifestações contra o Governo
© Borralho Ndomba/DW
Polícia nas ruas de Luanda para conter manifestações contra o Governo
Em comunicado divulgado esta quinta-feira (29.10), a RSF apela às autoridades angolanas para que não recorram a métodos de predação da informação que remetam aos "dias sombrios da ditadura".
Mais de cem manifestantes, que protestavam no sábado por melhores condições de vida e pela realização das eleições autárquicas, foram detidos sob acusação de crimes de arruaça e dano de bens públicos, estando o julgamento a decorrer esta semana.
No decurso da manifestação, dois jornalistas, Suely Moreno e Carlos Tomé, um fotógrafo, Santos Samuesseca, e o motorista, Leonardo Franciso, todos da Rádio Essencial, foram detidos e presos "sem justa causa pela polícia", sendo apenas libertados na segunda-feira (26.10).
Segundo a RSF, foram igualmente detidos e soltos algumas horas depois dois jornalistas da TV Zimbo, dois fotógrafos da Agência France Press, Georges Nsimba e Osvaldo Silva, este último relatou cenas de "agressão policial" referindo que foram "forçados a apagar as imagens".